Há quem diga que a vida é feita de lutas. E, de fato, às vezes é. Mas será que ela precisa ser só isso? Crescemos ouvindo frases como “é preciso carregar a cruz”, “a vida não é fácil”, “todo dia é uma batalha”. Essas expressões grudam na gente como verdades absolutas — e, sem perceber, vamos nos acostumando a viver como se o sofrimento fosse nosso destino inevitável.
Mas há uma outra possibilidade. Uma vida em que o prazer também tenha espaço. Um prazer maduro, responsável e consciente. Não aquele prazer vazio que dura segundos e depois deixa o vazio — mas o prazer que preenche. Que expande. Que nos conecta com o que há de mais vivo e genuíno em nós.
O prazer é medicina. Ele estimula o corpo, renova a mente e fortalece o espírito. Como dizem Harold H. Bloomfield e Robert B. Kory no livro Inner Joy, o prazer melhora a circulação, eleva a autoestima, aumenta a energia e nos devolve a clareza. Ele não nos afasta da espiritualidade — ao contrário, nos reconecta com nossos dons, com nossa potência, com a alegria de estar vivo.
Não se trata de negar o sofrimento. Ele existe, e às vezes nos visita sem aviso. Mas não precisamos nos apegar a ele. Não precisamos fazer morada na dor. Podemos, sim, honrar nossas batalhas e, ao mesmo tempo, escolher cultivar mais leveza. Mais riso. Mais arte. Mais beleza. Mais presença.
O prazer pode estar numa conversa verdadeira, num banho demorado, numa dança sem técnica, num silêncio que acolhe. Está nos pequenos gestos, nas pausas conscientes, no toque, no olhar.
Você não precisa matar um leão por dia. Às vezes, tudo que você precisa é se permitir viver com mais gentileza — com o outro e com você.
Desejo que você se reencontre com o prazer de viver. Com esse espaço interno onde a alegria não é uma recompensa, mas uma escolha possível — e sagrada.
Grande abraço,
Dara Alessandra · Sens.sensorial
